Santa Maria recebe competições de ginástica rítmica e impulsiona crescimento da modalidade

Thais Immig e Carmen Staggemeier

Santa Maria recebe competições de ginástica rítmica e impulsiona crescimento da modalidade

O movimento dos passos, a fluidez do corpo e o manejo dos aparelhos ditam o ritmo na Escola das Ginastas, em Santa Maria. Entre bolas, arcos, cordas e fitas que desenham o ar, meninas de várias idades se revezam no tapete em uma sequência intensa de ensaios. A dedicação tem motivo: Santa Maria será palco, neste domingo (16), de quatro competições de ginástica rítmica, que vai reunir 26 escolas da cidade. 


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A partir das 14h, o Ginásio Didático da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) recebe a 1ª etapa competitiva dos Jogos Escolares de Santa Maria (Jesma), o Festival do Jesma, a Copa Amistosa Tapete Mágico e o Torneio Amistoso Tapete Mágico. Entre as equipes que participam das competições está a Escola das Ginastas. São quase duas décadas de atuação. Sob coordenação da treinadora Roberta Padilha, o espaço acolhe atletas desde a iniciação até ginastas que competem em níveis estadual e nacional.

– A Escola surgiu da vontade de oferecer um espaço em que a ginástica fosse tratada com cuidado e profissionalismo. Nós trabalhamos desde o primeiro passo da criança no tapete até o alto rendimento. E cuidamos de cada detalhe: postura, musicalidade, expressividade, coordenação fina. Tudo isso vai sendo construído ao longo dos anos.

Roberta é a treinadora da equipe


Rotina de ensaios

A rotina é exigente. As atletas mais jovens começam com uma hora por semana. À medida que avançam, as cargas aumentam para duas, quatro e até 12 horas semanais. Nesse momento, cada detalhe importa. Roberta, atenta a cada movimento das ginastas, orienta sobre postura, ritmo e sequência da série. Os ensaios ocorrem no ginásio da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB).

– A evolução precisa ser gradual. E também precisa ser divertida. A gente trabalha muito a disciplina, claro, mas também a motivação. O processo tem que fazer sentido para elas – explica a treinadora.

Uma das atletas que ouvia atentamente a orientação da treinadora era Maria Elisa Libânio Reolon, 13 anos. Ela conta que pratica a modalidade desde os 5 anos, quando ainda morava em Brasília. A história com a ginástica rítmica começou quando a mãe a levou em uma aula experimental e, desde então, o esporte tem feito parte da rotina.

– Eu logo me apaixonei (pela modalidade). Era muito diferente de tudo. Hoje, a ginástica faz parte de quem eu sou. Eu treino de segunda a sexta, viajo para competir e me sinto muito feliz fazendo isso.

Ela explica que a modalidade exige concentração e entrega:

– É um esporte difícil. Cada aparelho tem regras diferentes, exige movimentos diferentes. A gente treina muito até a coreografia ficar perfeita. Mas é isso que eu gosto: ir melhorando um pouquinho todos os dias.

Maria Elisa pratica a ginástica desde os cinco anos

Na mesma quadra, Lara Ferreira Trindade, 15 anos, revisa repetidamente sua série com bola. Ela começou a praticar a modalidade em um projeto social até ser aprovada em uma seletiva para integrar a equipe da Escola.

– Comecei com 11 para 12 anos, um pouco tarde para quem entra na ginástica, mas aqui nunca senti isso como um problema. Os treinos são puxados, mas eu gosto dessa cobrança, gosto de evoluir. A ginástica virou parte da minha rotina e, sinceramente, não me vejo longe dela.


O efeito do Mundial: “As meninas vibraram vendo o Brasil fazer história”

O entusiasmo dos ensaios passa, também, por um fenômeno nacional. Em 2025, o Brasil sediou o primeiro Mundial de Ginástica Rítmica da América Latina. O conjunto brasileiro conquistou medalha de prata, em um resultado inédito e histórico. Já no individual, Babi Domingos entrou para o grupo seleto das nove melhores ginastas do mundo.

Pratas vieram no conjunto geral e na prova mistaFoto: Divulgação (CBG)


O impacto foi imediato nas academias e escolas do país. Em Santa Maria, não foi diferente.

– A gente parava o treino, colocava o notebook no meio da quadra e assistia com elas. As meninas vibraram vendo o Brasil conquistar uma medalha tão importante. Isso cria um imaginário muito forte: elas se veem ali – lembra Roberta.

Para as atletas mais jovens, como Marcele Barbieri, 13 anos, a seleção brasileira é inspiração. Ela treina há quatro anos e fala empolgada sobre o atual momento da modalidade no país:

– Eu vejo as meninas da seleção e fico admirada. Elas me inspiram muito. Acho que o Brasil está crescendo na ginástica e isso dá mais vontade de continuar. A gente aprende muito assistindo.

Marcele foi campeã geral no Campeonato Estadual da modalidade


Santa Maria amplia o espaço para a modalidade

A modalidade é complexa e exige preparo técnico. Mesmo assim, Roberta vê a ginástica rítmica se fortalecer em Santa Maria. Um dos motivos, segundo ela, é a expansão de profissionais capacitados.

– A ginástica envolve muitas habilidades ao mesmo tempo: coordenação, equilíbrio, expressão artística, força. Por isso, poucos profissionais acabam se especializando. Mas, hoje, temos quatro auxiliares aqui na Escola, duas já formadas e outras em formação. Isso ajuda muito a ampliar o atendimento e a qualidade.

A treinadora ressalta que a prática vai além da performance:

– A ginástica muda a rotina da criança. Tem aluna que começa a comer melhor porque vê as colegas trazendo frutas. Outras passam a dormir mais cedo, a organizar horários. Tem a parte emocional também: concentração, controle da ansiedade, confiança. Isso vale para a vida inteira.


Apoie o esporte local 

  • Eventos: 1ª etapa competitiva do Jesma, o Festival do Jesma, a Copa Tapete Máquina e o Torneio Amistoso Tapete Máquina 
  • Local: Ginásio Didático da UFSM
  • Data e horário: Domingo (16), às 14h
  • Entrada gratuita 

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